Ele é um dos maiores ídolos da massa reggueira do Maranhão e outros estados onde o reggae é a lei. Estamos falando do grande ídolo Eric Donaldson, que completou 60 anos em 2007.
Nascido em 11 de junho de 1947 em Kent Village - Jamaica. Um simples pintor de paredes, incentivado por seus amigos de trabalho que o ouviam cantar durante a labuta, resolveu tentar o ramo da música. O começo não foi fácil, mas ele persistiu. Segundo conta-se, ao pisar no palco do Jamaican Festival Song Competition, Eric Donaldson, até então um simples desconhecido, foi recebido com vaias e insultos. Vale lembrar que, na Jamaica, o termo "quashie", ou seja, caipira, tem um sentido perjorativo fortíssimo. Na segunda parte da música "Cherry Oh Baby", boa parte da platéia já estava de pé e aplaudindo, ovacionando o vencedor deste e de um número incontável de outros festivais ao longo dos anos, Eric Donaldson é Considerado o rei dos festivais da Jamaica, tendo ganhado 5 edições do Jamaica Festival Song Competition com a sua característica voz em falseto. A primeira foi em 1971, com a canção que o lançaria para o mundo do reggae: 'Cherry Oh Baby', que já ganhou inúmeras versões, incluindo uma do UB40 e outra dos Rolling Stones (que viviam a sua fase reggueira na metade da década de 70). 'Cherry Oh Baby' tornou-se um marco da música jamaicana e a voz de Eric Donaldson, marcada para sempre. Tente imaginar, sequer, um cantor que tenha um timbre semelhante ao do "Capelobo".
Donaldson começou a sua carreira em 1964, fundando no ano seguinte o grupo The West Indians, junto com os parceiros Leslie Burke e Hector Brooks. O grupo lançou alguns compactos, inclusive com Lee Perry ('Oh Lord'), mudou o nome para The Kilowatts e gravou para Lloyd 'Matador' Daley, sem sucesso, o que acabou causando o rompimento do trio. Depois de gravar algumas faixas solo, Donaldson se inscreveu no festival já citado com a música 'Cherry Oh Baby' e o venceu.
Parecia que sua carreira iria deslanchar, o compacto da música vencedora vendeu mais de 50000 cópias, passou a gravar com produtores da pesada como Bunny Lee, mas as coisas se encaminharam de modo diferente. Recusando-se a cumprir a rotina estafante das turnes e das gravacoes anuais, Donaldson passou a gravar esporadicamente, sempre com relativo sucesso, voltando a vencer o Jamaica Festival Song Competition em 1977, 1978, 1984 e 1993.
Na década de 90 experimentou uma volta às paradas, com diversas versões para o ritmo de 'Cherry Oh Baby', inclusive uma atualização dele mesmo para a canção que o consagrou. Além do mais, ficou ciente do quanto é amado pelo povo maranhense e de outros estados próximos (sem falar na colônia maranhense no Rio e São Paulo), que dança agarradinho ao som de sucessos como 'Cinderella' e 'Land of my Birth'. Tal popularidade em outro país que não a sua Jamaica natal deve tê-lo surpreendido, mas isso não o impediu de se apresentar em São Luís, com grande sucesso. Algumas de suas pedradas foram lançadas no Brasil na coletânea da gravadora Jamaica Gold - LOVE OF THE COMMON PEOPLE. Ele hoje vive em Kent Village, na Jamaica, onde administra o 'Cherry Oh Baby Go-Go Bar'. Continua fiel ao estilo que o consagrou.
As pedras começaram a rolar por volta das 22:00h com a radiola Princesa Negra e com os d´j se revezando, metade roots, metade eletrônico, pra agradar à todos. A madrugada chegou, e no palco entra a banda Lunai arrebentando com clássicos do reggae como "To Love Somebody" muito ouvido em Belém na voz da Barbara Jones, e "Harambe", da grande Rita Marley.
Depois de muito reggae de primeira, chega o momento mais esperado da noite. Lançando seu mais novo álbum com novas pedras e regravações de clássicos que marcaram sua carreira em Belém e São Luis, Eric Donaldson sobe ao palco pra delírio da massa regueira do Pará que lotava o salão e as arquibancadas do ginásio da UEPA. Eric começa o show cantado seus maiores sucessos como: "I Need Someone", "Follow Me", "More Love", e "My Love". A explosão aconteceu quando ele cantou suas 3 músicas mais ouvidas pelos regueiros em todos os tempos: A envolvente "Cinderella", "Jah Love" e a que fez o ginásio tremer "No Slave". O Coro formado era ininterrupto e de arrepiar. A galera de Belém está de parabéns pela receptividade, sempre deixando o artista convidado se sentindo em casa.
Um comentário:
Eu estive no parque do Folclore da Vila Palmeiras em São Luís e vi o Eric. Me marcou muito um lance quando a Banda Guetos que o acompanhava começou os primeiros acordes de Cynderilla. O cara que estava próximo a mim pareceu entrar em transe. Saiu pelo gramado dançando sozinho e falando: "eu sabia que ela vinha. Eu sabia que ela vinha". Inesquecíve.
Carlos Gomes
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